domingo, 8 de março de 2009

da chuva


milágrimas - mariana rotili - 2007

acordo mais feliz em dias de chuva. e absorvida pelo contentamento em casos de tempestade. o céu monocromático me autoriza a cultuar a lentidão. a orquestra de trovoadas e pingos grossos abafa os sons da cidade, ocultando o despertar do dia. seria um dia todo de noite se as janelas não fossem abertas. gosto de imaginar o mar revolto, a areia desenhada pela água e tudo o que é verde revestido de uma fina película de frio. penso em como cada um aproveita a chuva. queridos, conhecidos, estranhos. circulo em pensamento pelas casas, bares, pontos de ônibus. tenho pena dos barracos e dos cachorros de rua, mas prefiro o gozo do meu prazer solitário. tomara que chova para sempre.

2 comentários:

Anônimo disse...

Merece uma poesia!

Daniel disse...

que despenque uma Macondo inteira sobre nossas cabeças!!